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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mundos diferentes



"A ideia de infância é uma das grandes invenções da Renascença. Talvez a mais humanitária. Ao lado da ciência, do estado-nação e da liberdade de religião, a infância, como estrutura social e como condição psicológica, surgiu por volta do século dezesseis e chegou refinada e fortalecida aos nossos dias. Mas como todos os artefatos sociais, sua existência prolongada NÃO é inevitável. (...) Nossos genes não contêm instruções claras sobre quem é e quem não é criança, e as leis de sobrevivência não exigem que se faça distinção entre o mundo do adulto e o da criança.

(...) Mas as próprias crianças são uma força de preservação da infância. Não uma força política, certamente. Mas uma espécie de força moral. Nessas questões talvez possamos chamá-las de maioria moral. As crianças, parece, não somente sabem que há valor em serem diferentes dos adultos, mas querem que se faça uma distinção; sabem, talvez melhor do que os adultos, que se perde algo terrivelmente importante quando se borra essa distinção.

(...) A cultura americana é hostil à ideia de infância. Mas é reconfortante e mesmo animador pensar que as crianças não são."

[Adaptado de Neil Postman, 'O Desaparecimento da Infância', 2008]

Aquele abraço, saudações esportivas

3 comentários:

Camila disse...

À favor das crianças e da merecida infância. Sempre!!!

Jacqueline disse...

Olá Rodrigo,

Gostei muito do seu post. Estudei com o Neil Postman. Ele morreu há pouco tempo, mas era um gênio.

Abs,

Jacqueline (Pedro Luiz)

Martha disse...

Muito bacana! Parabéns Rodrigo, vejo que seu trabalho cada vez mais prospera com qualidade e devotamento. Bjs
Martha